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01/02/2011 – Solenidade de Posse da Desembargadora Jacqueline Adorno

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Data: 01/02/2011

Discurso proferido pelo conselheiro presidente Severiano Costandrade na solenidade de posse da desembargadora Jacqueline Adorno, como presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, em Palmas, 01 de fevereiro de 2011.

No século dos armamentos a justiça ainda constitui a maior força do mundo”, bradou Rui Barbosa da tribuna, alertando que não há força maior na humanidade do que a enfeixada nos preceitos do direito e da justiça.

Inicio minha oração com a luminar frase do “brasileiro legal”, com o intuito de refletir que, embora tenha dito estas palavras no início do Século XX, elas estão mais atuais agora, cem anos depois, quando a beligerância é maior, mais técnica e atroz, e quando, mais que nunca, a sociedade deposita no Poder Judiciário a confiança da defesa da Constituição e das leis para a realização da Justiça.

Neste momento quero saudar e manifestar a minha alegria de ver chegar à mais alta administração do Tribunal de Justiça do Tocantins duas figuras proeminentes de nossa magistratura: a Desembargadora Jacqueline Adorno e o Desembargador Luiz Gadotti, como Presidente e Vice-Presidente.

A exultação que expresso é por conhecer a retidão de sentimentos, a defesa intransigente da liberdade, da legalidade e dos direitos fundamentais de que Vossas Excelências sempre deram prova em suas vidas de operadores do direito e responsáveis pela promoção e distribuição da justiça.

Ao falar, inicialmente, dessa mesma justiça, tão estimada e tão querida por todos, com a citação de Rui Barbosa, não quero apenas pensar em seu sentido grandioso, mas meditar sobre a importância do Poder Judiciário. Esta Instituição essencial é muito maior que apenas julgar processos ou solucionar conflitos. É maior que apenas estabelecer parâmetros de equidade, pois é o próprio guardião da Carta Política e da legalidade, essenciais ao Estado Democrático de Direito.

Grandes desafios se apresentam à nação brasileira no dia-a-dia de nosso presente e entre eles estão a sedimentação da justiça, a consolidação da democracia e o fortalecimento do direito que promove a paz social.

A paz social, contudo, só é possível num Estado Democrático de Direito que privilegie a legalidade em vez da anarquia, que fortaleça a honestidade afastando a corrupção e que promova a igualdade a par das diferenças.

Não há amarras que imobilizem a justiça para sempre, porque ela é a própria essência da liberdade. Mesmo que, por momentos, o poder ou alguns a amordacem ou a enquadrem nos porões do egoísmo, ela ressurgirá continuamente pelo caminhar inevitável da evolução.

Assim, dos desafios que se apresentam, maior não há do que o de lutar sem tréguas por um Brasil constitucional e legítimo, para fortificá-lo cada vez mais como um Estado que se orgulhe de ser justo e, portanto, legal e democrático.

Esta,senhora presidente, senhores desembargadores, senhores juízes, senhoras e senhores, é uma grande responsabilidade, que mais especificamente direciona-se ao judiciário, pois dele depende a nação, depende do seu papel de preservar o Estado Democrático de Direito brasileiro para que as instituições nacionais mantenham-se livres, mas harmônicas, cumprindo os princípios constitucionais que nos regem.

Ainda mais uma vez, insisto com os ensinamentos de Rui, por entender, como ele, que: A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem…”

Fortalecido pela esperança que anima este momento, entendo que o trabalho incansável dos novos dirigentes deste Tribunal, apoiado por todos nós que cremos na grandeza do Estado de Direito brasileiro, que se constrói, haveremos de alcançar a justiça efetiva, que iluminará a presente e as futuras gerações, sedimentando a proteção judicial a todos que dela precisem.

A missão que o Colégio de Desembargadores do Tribunal de Justiça do nosso Estado vos entrega é honrosa. Traz em si não só a possibilidade de desenvolver atos administrativos internos ou condução de recursos, mas oferece a possibilidade de fortalecer o respeito do cidadão tocantinense a uma das instituições mais importantes da República brasileira, dando a este cidadão a vontade de lutar por seus direitos, sem medo de requerê-los. Traz, ainda, a elevada incumbência de oferecer condições reais de trabalho aos membros do Judiciário estadual no cumprimento de sua tarefa de julgar com justiça, através da modernização dos equipamentos essenciais à celeridade do direito.

Esta missão honrosa, senhores, precisa do engajamento dos membros e dos servidores desta nobre Corte, para que seja desempenhada com denodo. Se, ao fim, todos os objetivos indicados não estiverem concluídos, poderá ser dito sem receio: não nos envergonhamos de qualquer omissão, pois lutamos.

Nesta oportunidade, não podemos deixar de externar o propósito institucional do Tribunal de Contas do Tocantins de integralidade entre os poderes e instituições, apresentando ao Poder Judiciário nossos agradecimentos pela relação de elevado respeito que sempre mantivemos ao longo desses anos. Temos certeza de que, ao lado do Poder Executivo, Legislativo, Ministério Público e demais órgãos da Administração Pública poderemos levar adiante, e de maneira bem mais efetiva, essa integralidade a qual me refiro, em favor do Estado Democrático de Direito e em prol da eficaz prestação dos serviços públicos.

Muito obrigado.

Severiano Costandrade
Conselheiro presidente do Tribunal de Contas do Tocantins

 

SEVERIANO JOSÉ COSTANDRADE DE AGUIAR
Presidente do TCE/TO